Você já sentiu uma vontade imensa de conversar sobre algum problema? Quero dizer, não um problema seu, da sua vida em particular. Mas, sobre um problema coletivo? Algo relativo a um acontecimento no campo da política ou da economia, por exemplo?

Confesso que não pesquisei números estatísticos, mas, acho que a maior parte da humanidade tem esse tipo de vontade. Alguns com mais virulência interna, outros com muito menos. Mas, em geral, todos se inclinam nesse sentido. Tanto que tais temas são correntes em mesas de bar, no trabalho, na refeição em família e inclusive em templos.

Sucede que, a mim, às vezes chega a doer. Melhor explicando: os pensamentos nascem e rondam pelos cantos da minha cabeça, num moto-contínuo. Então, fico absorto numa vivência paralela. As pessoas acham que estou triste, bravo… Porém, só estou pensando!

A coisa tomou dimensão tamanha que decidi criar um BLOG. E, não o fiz para agradar (ou desagradar) ninguém. O que me moveu foi dar vazão àquelas ideias infindáveis, pois há tempos em que sequer parecem ser minhas, tamanha sua vida própria. Enfim, colocar no papel alguns raciocínios, numa espécie de desabafo. Remover o incômodo interno e trazer a ideia ao mundo. Compartilhá-la – e debatê-la (se houver interessados).

O difícil hoje em dia é conseguir algum interlocutor para tanto. Não que não haja pessoas que tenham vontade de conversar sobre tais problemas, como acima mencionado. Mas, pessoas que queriam analisar a raiz das coisas que cercam aquele determinado problema. Verificar a história, a sociologia e outras vertentes científicas envolvidas na questão, ou coisas menos ontológicas, como o mero interesse econômico.

Pior: mais difícil é encontrar quem queira debater algo segundo uma dialética. Com o advento das redes sociais, todos querem se expressar, mas, poucos, muito poucos, estão dispostos a ouvir. E o computador funciona como um feudo, um escudo, um multiplicador desse sentimento, que redunda na arrogância (facilitada pela ausência física da pessoa com a qual se conversa). Daí que, além de ouvir, mais difícil é encontrar alguém que esteja disposto a compreender a linha de raciocínio alheia, bem como estar aberto a mudar de opinião. Nos tempos hodiernos isso beira ao sacrilégio…

Desta feita, como o campo para debates diminuiu drasticamente, na mesma medida em que aumentou o campo para embates, às vezes até físicos, me pareceu mais prudente tentar debruçar algumas ideias por meio de textos. Isso porque a escrita pode me poupar dos mais brutos. Evitar rachas de família, a perda de amigos etc. E esse sentimento não é contraditório com o que disse até agora, espero que me entenda bem.

A ideia é escrever sobre um problema, segundo um ponto de vista, com começo, meio e fim. Então, o leitor pode entender melhor o porquê daquela minha opinião. Verificar seus fundamentos e principalmente, se das premissas decorrem as conclusões. Estamos inundados com sofismas nas redes, o que eu costumo nomear como “meias-verdades”. E é disso que precisamos fugir – e rápido (volto a esse tema noutra coluna)! Então, após a arguta análise feita por você, leitor, será possível retorquir ou concordar. E, ficarei muito feliz em receber seus argumentos. Mais ainda se vierem bem estruturados. O clímax terá lugar se suas razões me fizerem mudar de opinião, porque aí, terei aprendido algo inteiramente novo ou, no mínimo, terei dado vestes novas a opiniões antigas.

E se você não gostar daquilo que escrevo, não será preciso me apagar de seus contatos. Bastará não clicar no link que conduz ao meu blog. Sua timeline não ficará cheia de ideias contrárias às suas. E nem colocará sua bile para funcionar. Basta não ler uma linha sequer daquilo que escrevo. Farei o máximo possível para respeitar seu espaço.

Entretanto, o blog foi a forma que concebi de tentar encontrar, dentre as centenas de pessoas que conheço, as milhares que posso vir a conhecer e, quem sabe, dentre as bilhões que vivem por aí no nosso globo, ao menos meia dúzia de interessados em discutir algum assunto relevante. Desses que tocam a vida das pessoas. E mais que discutir tal problema, tentar encontrar suas soluções. Botar para funcionar aquilo que nos colocou em posição ascendente às demais espécies: nossa massa encefálica.

Se você se anima com isso, quem sabe possamos trocar algumas ideias. Espero que fique por aqui, que leia o que se passa pela minha confusa cabeça e, se possível, que algo possa te engrandecer de algum modo. É chegado o tempo de nos engajarmos, de termos voz, opinião própria e, principalmente, de pregarmos no deserto… Temos responsabilidade para com o próximo, para com o mundo. Então, não podemos simplesmente terceirizar isso aos “políticos”. Nós somos os políticos, nascemos políticos! Então, temos que ter uma opinião, invariavelmente. Mais que isso: temos que ter argumentos sólidos que sustentem nossa opinião. Aí está o Santo Graal moderno.

Deixemos a dogmática para áreas mais etéreas, como a religião. Não nos dediquemos a reproduzir raciocínios enlatados, sentimentos vis, e preconceitos de toda ordem. Não! É preciso parar, ler, raciocinar. Só depois, sendo o caso, falar ou escrever. E isso se for para acrescentar alguma coisa. Não caia, portanto, nessa ladainha de ter totens políticos (seja de direita ou de esquerda). Cada pessoa é importante e pode colaborar.

Assim, espero que você colabore com esse blog. Ou melhor, colabore com seus amigos, com sua família, enfim, com o planeta. Não seja um alienado. Repense os seus dogmas. Se este texto o ajudar a despertar para essa realidade, já terá valido a pena escrever.

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